Pessoas cujos ancestrais viviam em clima quente e úmido têm tendência a ter nariz maior.
A forma e o tamanho do nariz evoluíram para se adaptar aos diferentes tipos de clima na Terra, revela um estudo publicado nesta quinta-feira (17) pela revista científica americana "PLOS Genetics".
O estudo reforça conclusões precedentes de outros trabalhos que
apontaram que as pessoas cujos ancestrais viviam em um clima quente e
úmido têm tendência a apresentar um nariz maior do que o de descendentes
de populações de regiões frias e secas.
Segundo os pesquisadores, um nariz mais estreito permite ampliar a
umidade do ar ao aquecê-lo, o que é bom nas regiões mais frias e secas.
O ar frio e seco não é bom para as vias respiratórias, destaca Arslan
Zaidi, do departamento de Antropologia da Universidade Estadual da
Pensilvânia.
"Não há um formato de nariz universalmente melhor. A realidade é que nossos ancestrais eram moldados pelo ambiente".
A equipe científica internacional usou imagens em 3D para medir a forma
do nariz de 476 voluntários cujos ancestrais viveram no sul e no leste
asiático, na África ocidental e no norte da Europa.
Os pesquisadores destacam que a história da evolução do nariz é
complexa e envolve outros fatores, inclusive preferências culturais na
escolha do parceiro sexual, que pode ter desempenhado um papel.
Examinar esta evolução e como as fossas nasais se adaptaram ao clima pode ter repercussões médicas e antropológicas.
"Os estudos sobre a adaptação humana ao meio ambiente são essenciais
para nossa compreensão das doenças e poderão esclarecer as origens de
certas patologias, como a anemia por células falciformes, a alergia à
lactose ou o câncer de pele, mais frequentes em certas populações".
O aprofundamento da questão pode revelar se a forma e o tamanho da
cavidade nasal estão ligados ao risco de se contrair uma doença
respiratória quando a pessoa vive em um clima diferente de seus
ancestrais.
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