segunda-feira, 23 de junho de 2014

OMS divulga ter encontrado no Brasil vírus causador da poliomielite

Vírus estava em esgoto colhido no Aeroporto de Viracopos, em Campinas.
Não há casos de contaminação humana, afirma a agência da ONU.

A Organização Mundial de Saúde divulgou nesta segunda-feira (23) que autoridades de vigilância encontraram no Brasil a circulação do poliovírus selvagem tipo 1, um dos sorotipos que causam a poliomielite (pólio).
De acordo com uma nota divulgada pela agência da ONU, o vírus foi encontrado em amostras coletadas em março no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Ainda segundo a organização, essa amostra seria similar a outra recentemente isolada de um caso na Guiné Equatorial.
O comunicado diz também que risco de o vírus da pólio encontrado no Brasil se espalhar internacionalmente é "muito baixo", e da Guiné Equatorial é "alto". Nenhum caso de contaminação humana foi relatado até o momento.
Pólio erradicada no Brasil
Apesar de ser considerada uma doença altamente contagiosa, que afeta principalmente crianças com menos de cinco anos, a pólio é considerada erradicada do Brasil desde 1989.
O número de casos de pólio no mundo caiu mais de 99% desde 1988, passando de 350 mil a 406 casos notificados em 2013. Esta diminuição deve-se ao esforço global para erradicar a doença, segundo a OMS.
No entanto, em maio deste ano a organização decretou estado de emergência de saúde pública após o registro, desde janeiro, de casos no Afeganistão, Iraque e Guiné Equatorial. A doença pode causar paralisia em algumas horas e, em alguns casos, ser fatal.

sábado, 21 de junho de 2014

Arsenal reforçado na luta contra as superbactérias


Bactérias da espécie Escherichia coli (em vermelho) na superfície de uma célula epitelial humana (em verde): micro-organismos da família dos gram-negativos, como a E. Coli, que causa diversos males, poderão ser alvo de uma nova geração de antibióticos
Foto: Latinstock
RIO - Desde a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, os antibióticos se tornaram a principal arma da Humanidade na luta contra infecções bacterianas que até então podiam ser fatais. Mas o uso excessivo e muitas vezes inadequado deste tipo de remédio em humanos e animais nas últimas décadas acelerou o surgimento das chamadas “superbactérias”, micro-organismos resistentes a todos ou à maior parte dos medicamentos hoje disponíveis, cuja última grande classe foi desenvolvida ainda nos anos 80.
Isto fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar em relatório recente para o crescente risco de enfrentarmos uma “era pós-antibióticos, em que infecções comuns e pequenos ferimentos que têm sido tratáveis há décadas podem mais uma vez serem mortais”. Agora, porém, pesquisadores encontraram o que acreditam ser um possível “calcanhar de Aquiles” em uma das principais famílias de bactérias, conhecidas como gram-negativas, que não só abre caminho para a criação de toda uma nova classe de antibióticos como uma contra a qual estes micro-organismos não conseguiriam desenvolver resistência.
Uma das principais características das bactérias gram-negativas é a presença de uma membrana externa de gordura. Protegidos por esta armadura impermeável, micro-organismos perigosos causadores de males que vão de diarreias à meningite, passando por problemas respiratórios e infecções urinárias, conseguem resistir aos ataques do sistema imune e mesmo dos antibióticos. A maneira como as bactérias gram-negativas constroem esta barreira, no entanto, permanecia um mistério para os cientistas, e este foi o alvo dos pesquisadores liderados por Changjiang Dong, professor da Escola de Medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
- Identificamos o caminho e o portão usado pelas bactérias para transportar os tijolos de construção da barreira para sua superfície externa. Mais importante ainda, demonstramos que as bactérias morreriam se este portão for trancado – conta Dong. - Isto é realmente importante porque as bactérias resistentes são um problema de saúde global. Muitos dos antibióticos atuais estão se tornando inúteis, o que provoca centenas de milhares de mortes a cada ano. E o número de superbactérias está crescendo a um ritmo inesperado. O que esta pesquisa fornece é uma nova plataforma para criação de uma nova geração de remédios que precisamos com urgência.
Outra vantagem da descoberta do mecanismo é que os possíveis futuros antibióticos poderiam se focar em destruir apenas a armadura das bactérias, não interagindo com os micro-organismos em si e assim dificultando o desenvolvimento de alguma resistência, destaca Haohao Dong, estudante de doutorado na universidade britânica e principal autor de artigo sobre a pesquisa, publicado na edição desta semana da revista “Nature”.
- O que é realmente excitante nesta pesquisa é que as novas drogas poderão ter como alvo a barreira protetora em torno da bactéria no lugar da bactéria em si – explica. - E como os novos remédios não precisarão entrar na própria bactéria, temos esperanças de que as bactérias não serão capazes de desenvolverem resistência a eles no futuro.


Copa 2014: fisioterapeuta que cuidou de Suárez faz tratamento de quimioterapia e só está no Brasil a pedido do jogador

Suárez abraça o fisioterapeuta Walter Ferreira após marcar contra a Inglaterra

A história que envolveu os dois gols de Suárez contra a Inglaterra, na última quinta-feira, é muito mais emocionante do que se imaginava. Após marcar um deles, o jogador correu em direção ao fisioterapeuta da seleção uruguaia, Walter Ferreira, e dedicou o gol a ele. Segundo Luisito, 90% dos gols são do fisioterapeuta.
Foi Ferreira, de 63 anos, quem cuidou de Suárez durante a sua recuperação de uma lesão no joelho a poucos dias da Copa do Mundo. Mas o que poucos sabiam é que Ferreira também vive uma situação delicada, mais delicada até do que a vivida por Suárez. O profissional da Celeste passa pelo processo de quimioterapia para a cura de um linfoma e não deveria estar no Brasil. Só está a pedido do artilheiro. No Uruguai, Suárez fazia o tratamento na casa de Ferreira, pois este não podia ir ao ct da Celeste.
- Eu não gosto de falar muito disso, porque fico emocionado. A verdade é que eu sou um agradecido. Agradeço à comissão técnica da seleção pela confiança que depositou na minha pessoa ao mandar o Luis para trabalhar comigo, sem nenhum empecilho. Eu não podia ir ao ct e o Luis ia para a minha casa. Isso eu também valorizo muito. A energia que ele me deu, sua família, sua esposa, minha família... Sou um agradecido de coração e a quem agradeço de verdade... os médicos que estão me tratando - disse Walter Ferreira, com lágrimas nos olhos, ao programa de rádio uruguaio Pasión Tricolor.
Na mesma entrevista, Ferreira, que também é fisioterapeuta do Nacional (URU), reconheceu a força de vontade de Suárez para dar a volta por cima.
- O Luis merece o que está vivendo porque trabalhou muito e se não tivesse feito isso, hoje não estaria aqui.
A verdade é que Walter Ferreira se tornou um exemplo de vida para todos os uruguaios.
- Agradeço a todos que estão me apoiando neste processo. Vamos ver o que acontece. A vida tem altos e baixos e temos que seguir lutando sempre - finalizou.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Projeto que consistia em desenvolver órgãos e tecidos artificiais em 3D

Wesleyan Araújo, 23 anos, concluiu os estudos com uma temporada no MIT/Harvard, onde participou de projeto que consistia em desenvolver órgãos e tecidos artificiais em 3D a partir de uma bio-impressão em um aparelho chamado NovoGen MMX Bioprinter.

 
Wesleyan candidatou-se para o MIT/Havard, foi selecionado e, em julho de 2012, embarcou para os Estados Unidos. O bolsista passou um ano no laboratório Khademhosseini Lab, em Cambridge, nos Estados Unidos, que é associado à Harvard University, ao Massachusetts Institute of Technology (MIT) e ao Brigham and Women’s Hospital. “Com essa oportunidade pude ampliar meus conhecimentos e aprender novas técnicas desenvolvidas pelos melhores pesquisadores do mundo”, disse o estudante.
 
“Quando voltei ao Brasil após um ano nos EUA, percebi o quanto havia amadurecido com a experiência de estudar fora durante a graduação-sanduíche. Tive como resultados a publicação de um artigo científico pelo MIT/Harvard e minha participação em congressos em Boston, além do aprimoramento do meu senso crítico e reflexivo nesta etapa de minha vida. Pude perceber que minha linha de pesquisa no Brasil era o que realmente gostaria de fazer”. afirmaWesleyan.
 
Segundo o estudante, ainda durante a graduação e incentivado pela Professora Juliana Cordeiro Cardoso, surgiu a oportunidade de fazer doutorado. E foi pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) do programa Ciência sem Fronteiras que o estudante viu se abrir mais essa oportunidade.  Graduou-se em julho de 2013 e, em fevereiro de 2014, foi aprovado para o Doutorado pleno na Martin-Luther-Universität Halle-Wittenberg, na Alemanha. Wesleyan também foi contemplado pelo DAAD com um curso de alemão pelo período de seis meses (abril a setembro de 2014).
 
Para Wesleyan, “desenvolver uma tese de doutorado na Alemanha significará explorar uma linha de pesquisa ainda não disponível no Brasil, construindo uma nova parceria entre Brasil e Alemanha, que possibilitará a troca de experiências e a potencial transferência de tecnologia.”
 
Currículo – Wesleyan Araújo nasceu em Jaguaquara, cidade do interior da Bahia, em 1990. Filho de professora, ingressou na Universidade Tiradentes através do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) para cursar a graduação em Farmácia. Durante o curso teve o primeiro contato com a atividade de pesquisa e foi bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (FAPITEC/SE), atuando no projeto “Desenvolvimento e avaliação de filmes de colágeno contendo timol em vesículas lipossomais”.
 
Ele tinha o sonho de fazer doutorado no exterior, mas a oportunidade de estudar fora surgiu ainda na graduação como bolsista do Programa Ciência sem Fronteiras. Após a primeira experiência no exterior, terminou a graduação e foi aprovado para cursar o doutorado na Martin-Luther-Universität Halle-Wittenberg, na Alemanha.
  


Coordenação de Comunicação Social
Fotos: Arquivo pessoal