domingo, 14 de agosto de 2016

Na vida adulta, as flores param de girar, e ficam voltadas para o oriente até morrerem; novo estudo explica a razão.

Dois terrenos no Parque do Prado, em Campinas (SP), atraem moradores curiosos pelo número de girassóis (Foto: Felipe Albertoni/G1) 
Dois terrenos no Parque do Prado, em Campinas (SP), atraem moradores curiosos pelo número de girassóis (Foto: Felipe Albertoni/G1)
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, descobriram a resposta para a interrupção dos movimentos dos girassóis, que acompanham a trajetória do astro de leste a oeste todos os dias, e de repente param de fazê-lo, até morrer.
O estudo, publicado na edição desta semana da revista científica "Science", esclarece a mudança na rotina dos girassóis a partir da vida adulta, o que sempre foi um mistério para os cientistas. De acordo com a pesquisa, a resposta está nos ritmos circadianos, o relógio interno dos girassóis.
O ciclo de um girassol é sempre o mesmo: todos os dias, despertam e acompanham o Sol como as agulhas de um relógio. A noite, percorrem o sentido contrário para esperar novamente sua saída na manhã do dia seguinte.
Mas um dia deixam de fazê-lo, alcançam a maturidade e param com essa movimentação. A partir de então, não voltam a girar pelo resto da vida, e ficam voltados para o oriente indefinidamente, até morrerem.
Produtores investiram em outras culturas ao temerem a queda nas vendas do óleo de girassol devido à crise (Foto: Reprodução/ TVCA)O heliotropismo favorece o crescimento das flores (Foto: Reprodução/ TVCA)
Crescimento desigual
Depois de uma série desses testes, os biólogos americanos descobriram que uma parte do talo dos girassóis se estica durante o dia, e outra à noite.
Os pesquisadores colocaram os girassóis em vasos, obrigando as flores a ficarem na posição voltada ao leste na parte da tarde. Em outros casos, imobilizaram os talos, impossibilitando o giro. E ainda colocaram algumas plantas com ciclos diários de 30 horas, em vez de 24.
Como consequência, os girassóis afetados perderam até 10% da biomassa e o tamanho das folhas também foi reduzido visivelmente.
Isso é explicado porque, ainda que a presença da luz seja fundamental, é o ritmo circadiano o que realmente determina quando o girassol gira e quando deixa de fazê-lo, antecipando, de alguma forma, a chegada do Sol.
Este movimento, chamado de heliotropismo pelos cientistas, favorece o crescimento da plantas. É um sistema muito eficiente para o desenvolvimento porque lhes permite aproveitar ao máximo a luz do Sol, vital para a fotossíntese, ao mesmo tempo em que fomenta a produção de auxinas, os hormônios do crescimento.
Reprodução
Uma abelha coberta de pólen voa para um girassol em um campo perto de Frankfurt, no leste da Alemanha (Foto:  Patrick Pleul/dpa via AP) 
Uma abelha coberta de pólen voa para um girassol em um campo perto de Frankfurt, no leste da Alemanha (Foto: Patrick Pleul/dpa via AP)
"Os girassóis imaturos seguem se movimentando com o Sol, mas, quando amadurecem, se acomodam, e passam a olhar apenas para o leste", afirma o estudo.
É o crescimento desigual dos talos que provoca o giro. E quando deixam de crescer, deixam de girar.
E não há dúvidas de que, para os girassóis, há vantagens em ser maior do que os outros. Quando se acomodam, as flores maiores desprendem um calor adicional, o que as torna mais atrativas para os polinizadores. E a polinização, por sua vez, permite que esse girassol "velho" se reproduza, perpetuando a espécie e começando, novamente, o seu baile em busca do Sol.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/08/pesquisadores-desvendam-o-misterio-por-que-os-girassois-de-repente-param-de-seguir-o-sol.html

sábado, 13 de agosto de 2016

Pai constrói aparelhos em casa para estimular filho com paralisia cerebral

Paulo Sant’ana se inspirou em equipamentos de clínica de São Carlos.
Segundo fisioterapeuta, melhora em condição física de Kauan é notável.

Paulo de Moraes Sant’ana deixou o emprego para cuidar do filho com paralisia cerebral e, agora que o Kauan conta com a ajuda de um cuidador na sala de aula, ele tenta estimular o menino de 6 anos de outras formas.
Inspirado nas sessões de fisioterapia, o pai decidiu construir em sua casa equipamentos como os usados na clínica em que Kauan é atendido e, segundo a fisioterapeuta do garoto, o resultado da iniciativa é notável.

Histórico
O parto de Kauan foi complicado. O menino nasceu com a ajuda de fórceps e, dias depois do nascimento, descobriram que ele estava com a clavícula quebrada. Após a alta, os pais notaram que a criança fazia movimentos involuntários com os olhos e o neurologista diagnosticou paralisia cerebral.
Kauan gosta de se exercitar no equipamento (Foto: Arquivo pessoal) 
Kauan gosta de se exercitar em equipamento criadopelo pai (Foto: Paulo Sant'ana/Arquivo pessoal)
Desde então, Kauan passou por vários procedimentos cirúrgicos e sessões de fisioterapia e, aos poucos, a companhia constante da cadeira de rodas começou a ser intercalada com passos próprios.
"Foi a partir dos tratamentos que conseguimos que ele começasse a marcha. Ele já consegue andar na barra paralela em auxílio, coisa que não fazia antes no PediaSuit. Ele também está fazendo o treino de marcha com andador e respondendo muito bem”, contou a fisioterapeuta Rúbia Cristina Franco.
Com o resultado positivo, Paulo teve a ideia de implantar os mesmos equipamentos das sessões de fisioterapia em casa, mas, como não tinha condições de comprar os materiais profissionais, orçados em R$ 800, improvisou. Com cerca de R$ 30, lixou e pintou tábuas que já tinha e construiu os aparelhos.
Sinto ele mais confiantenele mesmo" - Paulo Sant'ana, pai
“Tirei as medidas exatamente como as da fisioterapia e, como tinha madeira, caibro e prego em casa, fiz com isso. Mostrei para a fisioterapeuta e ela disse que estava perfeito. A melhora dele está me motivando a pensar em outras coisas que também possam ajudar, para conseguir incluir ele em tudo”, contou o pai.
A surpresa de Sant'ana se tornou o maior incentivo para Kauan, que, de acordo com Sant'ana, só quer saber de andar nas suas barras artesanais.
“Quando eu trouxe ele aqui para ver, ele ficou muito feliz e sorria muito, agradecia toda hora. Agora ele acorda e já quer andar, dá para notar que ele está mais motivado e mais ágil", relatou Sant’ana. "Sinto ele mais confiante nele mesmo”.
Kauan mostrou melhoras após tratamento feito em casa (Foto: Paulo Santana/Arquivo Pessoal) 
Kauan mostrou melhora após tratamento feito em
sua casa (Foto: Paulo Sant'ana/Arquivo pessoal)
Funcionalidade
Rúbia afirma que os aparelhos construídos apresentam uma diferença na altura, já que não são profissionais, mas isso pode ser ainda melhor e ajudar no equilíbrio. Ela também contou que orienta o pai sobre como proceder.
“Além de ajudá-lo na clínica, eu dou suporte ao pai na maneira dos equipamentos serem utilizados em casa através de vídeos que ele me manda dos exercícios", explicou.
"Após o pai fazer essa barra em casa, o Kauan apresentou melhora na postura e maior força muscular, já anda sozinho na barra paralela, fica em pé com apoio posterior e faz marcha com andador e auxílio. Estou muito feliz com os resultados”, afirmou a fisioterapeuta.
Lista de exercícios no aparelho inclui flexão de pernas (Foto: Arquivo pessoal) 
Lista de exercícios no aparelho inclui flexão de
pernas (Foto: Paulo Sant'ana/Arquivo pessoal)
 
Determinação
De acordo com Rúbia, Kauan luta muito para obter sucesso nas atividades, e o pai nunca mediu esforços para ajudar da melhor maneira possível, sempre estimulando o filho e criando novos métodos para facilitar os exercícios.
“Ele já teve enormes resultados, é um menino de ouro, super determinado e faz tudo que é proposto. Eles nunca faltam na terapia. O pai realmente é um paizão, sempre busca o melhor para o Kauan, eles são ótimos”, disse.
Para Sant'ana, a felicidade transmitida pelo menino a cada passo é a melhor conquista. “Fiquei extremamente feliz, não tinha resposta quando ele me agradecia, o sorriso dele foi o suficiente para mim. Só preciso ver aquele sorriso para sempre”.
Kauan mostrou melhoras após tratamento feito em casa (Foto: Paulo Santana/Arquivo Pessoal)

 Saiba mais: 

http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/08/pai-constroi-aparelhos-em-casa-para-estimular-filho-com-paralisia-cerebral.html