domingo, 23 de outubro de 2016
Visita ao Centre national d'art et de culture Georges-Pompidou
Visita ao Centro Pompidou em Paris
Centre national d'art et de culture Georges-Pompidou é um complexo foi nomeado a partir de Georges Pompidou, o Presidente da França de 1969 até 1974, que encomendou a construção. Nele encontram-se o Musée National d'Art Moderne, a Bibliothèque publique d'information (biblioteca pública de informação), o IRCAM, um centro para música e pesquisas acústicas, entre outros equipamentos culturais.
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
![](http://www.t4h.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Biomaterial_Ossos_3D-225x150.jpg)
Notícia
Uma equipe de pesquisa da Universidade Northwestern, nos
Estados Unidos, desenvolveu um material para impressão 3D que produz um
implante ósseo sintético que induz rapidamente a regeneração e o
crescimento ósseo. Este material “ósseo” hiperelástico, que pode ser
facilmente personalizado, poderá ser especialmente útil para o
tratamento de defeitos ósseos em crianças.
A cirurgia de implante ósseo nunca é um processo fácil, mas é
particularmente dolorosa e complicada para as crianças. Tanto para
adultos quanto para crianças, o enxerto ósseo é frequentemente retirado
de outras partes do corpo para substituir o osso danificado, o que pode
levar a outras complicações e provocar muita dor no paciente. Implantes metálicos são usados às vezes, mas esta não é uma solução permanente para crianças (em crescimento).
"Os adultos têm mais opções quando se trata de implantes", disse a Dra. Ramille Shah,
que liderou a pesquisa. "Os pacientes pediátricos não. Se você lhes
indicar um implante permanente, você tem que fazer mais cirurgias no
futuro à medida que crescem. Eles podem enfrentar anos de dificuldades".
A Dra. Ramille e sua equipe têm como objetivo mudar a natureza dos
implantes ósseos, e eles querem sobretudo ajudar os pacientes
pediátricos. A Dra. Ramille é professora assistente de ciência
dos materiais nas Escolas de Engenharia e de Medicina da Universidade
Northwestern.
O novo estudo, avaliando o material com células estaminais
humanas e em modelos animais, foi publicado na última semana de setembro
pela revista Science Translational Medicine. O Dr. Adam Jakus, que faz pós-doutorado no laboratório da Dra. Ramille Shah, é o primeiro autor da publicação.
O novo biomaterial para impressão 3D produzido pela equipe da
Dra. Ramille é uma mistura de hidroxiapatita (um mineral de cálcio
encontrada naturalmente no osso humano) e um polímero biocompatível e
biodegradável, que é utilizado em muitas aplicações médicas, incluindo
suturas. O material “ósseo” hiperelástico produzido mostrou ser
promissor em modelos animais in vivo; este sucesso se deve às
propriedades únicas da estrutura impressa. O novo biomaterial é
hiperelástico, robusto e poroso nos níveis nano, micro e macro.
"A porosidade é fundamental quando se trata de regeneração de
tecidos, porque você quer que células e vasos sanguíneos se infiltrem
na estrutura", disse a Dra. Ramille Shah. "A nossa estrutura 3D tem diferentes níveis de porosidade, o que é vantajoso para as suas propriedades físicas e biológicas".
A hidroxiapatita induz a regeneração óssea, mas também é um material
de difícil manipulação: como uma cerâmica, é um material duro e frágil. O
novo biomaterial proposto pelos pesquisadores da Universidade
Northwestern, no entanto, é composto por 90 por cento em peso de
hidroxiapatita e apenas 10 por cento em peso de polímero, e
mantém a sua elasticidade devido à maneira como a sua estrutura é
concebida e impressa. A alta concentração de hidroxiapatita cria um
ambiente que induz a regeneração óssea rápida.
"As células podem sentir a hidroxiapatita e responder à sua
bioatividade", disse a Dra. Ramille. "Quando você coloca as
células-tronco nas nossas estruturas, elas se transformam em células
ósseas e começam a regular a expressão de genes específicos do osso.
Isto é, na ausência de quaisquer outras substâncias osteo-indutoras. É
apenas a interação entre as células e o material em si ".
Isso não quer dizer que outras substâncias não possam ser combinadas para a impressão 3D. Uma
vez que o processo de impressão 3D é realizado à temperatura ambiente, a
equipe de pesquisa foi capaz de incorporar outros elementos, tais como
antibióticos, no material.
"Nós podemos incorporar antibióticos para reduzir a possibilidade de infecção após a cirurgia",
disse a Dra. Ramille. "Também é possível combinar o material com
diferentes tipos de fatores de crescimento, se necessário, para melhorar
ainda mais a regeneração. É realmente um material multifuncional".
Uma das maiores vantagens, no entanto, é que o produto final pode ser personalizado para o paciente.
Em cirurgias de transplante ósseo tradicionais, o osso - depois que ele
é retirado de outra parte do corpo - tem que ser moldado para encaixar
exatamente na área onde é necessário. Usando o novo material sintético, é
possível digitalizar o volume necessário e produzir a impressão 3D como
um produto personalizado para o paciente. Alternativamente, devido às
suas propriedades mecânicas, o biomaterial também pode ser facilmente
aparado ou cortado para o tamanho e forma necessários durante um
procedimento.
Fonte: Megan Fellman e Amanda Morris, Universidade Northwestern. Imagem: Adam E. Jakus.
domingo, 2 de outubro de 2016
O homem que passou 43 anos em uma cadeira de rodas por um diagnóstico errado
Neurologista identificou miastenia congênita e, após um tratamento com um remédio simples, para asma, ele pode voltar a andar normalmente.
Da BBC
Ele passou os 43 anos seguintes andando de cadeira de rodas até que uma neurologista descobriu que a doença que Borrego tinha era, na verdade, diferente do que a que havia sido diagnosticada em sua adolescência.
O problema dele era uma miastenia congênita, doença neuromuscular que causa um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos - isso gera uma fraqueza incrivelmente rápida dos músculos, que passam a não responder com movimentos.
A doença, porém, foi facilmente revertida com o uso de um medicamento simples, para asma - que era indicado para o real problema do qual sofria. Com isso, ele pode voltar a caminhar normalmente após ter passado 43 anos em uma cadeira de rodas.
"Qualquer situação como essa, em que um médico tem a chance de mudar de verdade a vida dos pacientes, é muito gratificante", disse a neurologista portuguesa Teresinha Evangelista, a responsável por dar o diagnóstico correto a Borrego.
Surpresa
A neurologista Teresinha Evangelista, que atua hoje em dia no Instituto de Medicina Genética da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, não culpa os médicos pelo diagnóstico errado de Borrego.
"Era esse o diagnóstico possível naquela época. A miastenia congênita não era conhecida e só foi definida como doença na década de 1970", afirmou.
Ela explica que a doença de Borrego ainda é muito rara e que, por isso, é muito difícil identificá-la se não for um médico já acostumado a ver pacientes com sintomas semelhantes. Teresinha, no caso, estava tratando a irmã de Borrego, que tinha o mesmo problema, só que com menos gravidade.
"Quando ela me contou sobre seu irmão, eu disse na hora que queria vê-lo para uma consulta."
Cerca de 15 duas depois, Borrego foi ao seu consultório. "O quadro clínico era muito característico. Havia muita variação na função motora", explicou a neurologista.
A Miastenia é uma doença caracterizada por essa variação. O paciente não consegue contrair os músculos da maneira devida. "A pessoa pode caminhar por cinco minutos, mas depois tem que parar e descansar. A doença também afeta os músculos respiratórios, mas a fraqueza não é permanente", explica.
A distrofia muscular, por sua vez, inclui uma série de doenças genéticas que causam degeneração progressiva dos músculos esqueléticos e perda do tecido muscular, algo que vai piorando com o tempo.
Genética
"Além da avaliação clínica de Borrego, eu pedi que ele fizesse um teste simples chamado eletromiograma", contou a médica.
O exame que se usa normalmente para identificar doenças neuromusculares consiste, basicamente, em registrar por eletrodos as correntes elétricas que se formam nos nervos e músculos quando eles se contraem.
O teste confirmou as suspeitas de Evangelista: tratava-se mesmo de miastenia, uma doença que afeta a transmissão neuromuscular que, quando tem defeitos, impede a contração muscular normal.
A miastenia, nesse caso, era congênita, e foi fácil descobrir isso porque havia dois irmãos com o mesmo problema.
O passo seguinte foi fazer um teste do material genético para identificar qual gene em específico estava causando o problema. "Mas naquela época, esse teste ainda não estava disponível em Portugal, então pedi a um colega em Munique (Alemanha) para fazer por lá", explicou a neurologista.
Medicamento para asma
"Quando recebi os exames da Alemanha, vi que Borrego tinha uma mutação especificamente no gene chamado Dok-7", disse Evangelista.
"Uma vez identificado o gene, ficou muito mais fácil o tratamento, porque sabíamos que miastesia congênita por uma mutação no Dok-7 pode ser tratada com um medicamento chamado 'salbutamol', explicou.
Esse remédio é tipicamente usado por pessoas que sofrem com problemas de asma em forma de inaladores, mas foi prescrito em pastilhas para Borrego. Pouco depois que ele iniciou o tratamento, já conseguiu voltar a caminhar.
"Na consulta seguinte, ele estava andando de muletas e logo não precisou mais delas."
Pensamos que era um milagre
A recuperação de Borrego foi em 2010, mas só agora ganhou a atenção do público quando o jornal local de Portugal "Jornal de Notícias" falou cobre o caso.
Depois que voltou a andar, o primeiro lugar que Borrego quis visitar era o café que ficava no seu bairro, no povoado de Alandroal, no sudeste de Portugal.
"Pensamos que era um milagre", disse o dono do café, Manuel Melao, ao Jornal de Notícias. O diário relata que agora Borrego é praticamente uma celebridade na cidade.
Hoje, Rufino Borrego tem 61 anos e não guarda qualquer mágoa dos médicos que lhe deram o diagnóstico errado.
"A miastenia era uma doença desconhecida naquela época. Só quero aproveitar a minha vida", diz.
Atualmente, ele consegue andar normalmente e vai apenas duas vezes ao ano fazer sessões de fisioterapia.
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