Na vida adulta, as flores param de girar, e ficam voltadas para o oriente até morrerem; novo estudo explica a razão.
![Dois terrenos no Parque do Prado, em Campinas (SP), atraem moradores curiosos pelo número de girassóis (Foto: Felipe Albertoni/G1) Dois terrenos no Parque do Prado, em Campinas (SP), atraem moradores curiosos pelo número de girassóis (Foto: Felipe Albertoni/G1)](http://s2.glbimg.com/vjQd0cncq1xt5-naprI3u6LCxBg=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/17/girassol_03.jpg)
Dois
terrenos no Parque do Prado, em Campinas (SP), atraem moradores
curiosos pelo número de girassóis (Foto: Felipe Albertoni/G1)
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados
Unidos, descobriram a resposta para a interrupção dos movimentos dos
girassóis, que acompanham a trajetória do astro de leste a oeste todos
os dias, e de repente param de fazê-lo, até morrer.
O estudo, publicado na edição desta semana da revista científica
"Science", esclarece a mudança na rotina dos girassóis a partir da vida
adulta, o que sempre foi um mistério para os cientistas. De acordo com a
pesquisa, a resposta está nos ritmos circadianos, o relógio interno dos
girassóis.
O ciclo de um girassol é sempre o mesmo: todos os dias, despertam e
acompanham o Sol como as agulhas de um relógio. A noite, percorrem o
sentido contrário para esperar novamente sua saída na manhã do dia
seguinte.
Mas um dia deixam de fazê-lo, alcançam a maturidade e param com essa
movimentação. A partir de então, não voltam a girar pelo resto da vida, e
ficam voltados para o oriente indefinidamente, até morrerem.
![Produtores investiram em outras culturas ao temerem a queda nas vendas do óleo de girassol devido à crise (Foto: Reprodução/ TVCA) Produtores investiram em outras culturas ao temerem a queda nas vendas do óleo de girassol devido à crise (Foto: Reprodução/ TVCA)](http://s2.glbimg.com/0RRpBx3ceFLt4him1wmg_G_CSDE=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/08/08/girassol01.jpg)
Depois de uma série desses testes, os biólogos americanos descobriram que uma parte do talo dos girassóis se estica durante o dia, e outra à noite.
Os pesquisadores colocaram os girassóis em vasos, obrigando as flores a ficarem na posição voltada ao leste na parte da tarde. Em outros casos, imobilizaram os talos, impossibilitando o giro. E ainda colocaram algumas plantas com ciclos diários de 30 horas, em vez de 24.
Como consequência, os girassóis afetados perderam até 10% da biomassa e o tamanho das folhas também foi reduzido visivelmente.
Isso é explicado porque, ainda que a presença da luz seja fundamental, é o ritmo circadiano o que realmente determina quando o girassol gira e quando deixa de fazê-lo, antecipando, de alguma forma, a chegada do Sol.
Este movimento, chamado de heliotropismo pelos cientistas, favorece o crescimento da plantas. É um sistema muito eficiente para o desenvolvimento porque lhes permite aproveitar ao máximo a luz do Sol, vital para a fotossíntese, ao mesmo tempo em que fomenta a produção de auxinas, os hormônios do crescimento.
Reprodução
![Uma abelha coberta de pólen voa para um girassol em um campo perto de Frankfurt, no leste da Alemanha (Foto: Patrick Pleul/dpa via AP) Uma abelha coberta de pólen voa para um girassol em um campo perto de Frankfurt, no leste da Alemanha (Foto: Patrick Pleul/dpa via AP)](http://s2.glbimg.com/Pce55IqLEfK3slGRSN4VjMzkt7A=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/07/05/germany_weather_patrick_pleul_ap.jpg)
Uma
abelha coberta de pólen voa para um girassol em um campo perto de
Frankfurt, no leste da Alemanha (Foto: Patrick Pleul/dpa via AP)
"Os girassóis imaturos seguem se movimentando com o Sol, mas, quando
amadurecem, se acomodam, e passam a olhar apenas para o leste", afirma o
estudo.
É o crescimento desigual dos talos que provoca o giro. E quando deixam de crescer, deixam de girar.
E não há dúvidas de que, para os girassóis, há vantagens em ser maior
do que os outros. Quando se acomodam, as flores maiores desprendem um
calor adicional, o que as torna mais atrativas para os polinizadores. E a
polinização, por sua vez, permite que esse girassol "velho" se
reproduza, perpetuando a espécie e começando, novamente, o seu baile em
busca do Sol.
Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/08/pesquisadores-desvendam-o-misterio-por-que-os-girassois-de-repente-param-de-seguir-o-sol.html